Coronavírus: cancelo a minha viagem?

O Coronavírus surgiu na China no final de 2019 e hoje são mais de 115 países que confirmaram o primeiro caso da doença em seu território. O  COVID-19 já atingiu todos os continentes, por isso a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que estamos diante de uma pandemia. Mas o que isso interfere na sua viagem? É necessário cancelar ou adiar suas férias? O primeiro passo é se informar para entender qual é a melhor opção especificamente para o seu caso. 

Guia de viagem – faça uma busca rápida:

Devo cancelar minha viagem?

Passagem aérea

Hotéis

Viagem de ônibus

Seguro viagem

Devo cancelar minha viagem?

Primeiro, vale ressaltar que, exceto em casos de países que proibiram as rotas aéreas, é uma decisão pessoal. A maior parte dos países ainda continuam recebendo voos do Brasil e, então, quem decide se vai ou não é você. Porém a orientação médica é evitar viajar no momento. Essa medida serve para países em que o coronavírus está em alta, como a China e a Itália, e para destinos onde a quantidade de casos está aumentando, como países da Europa e Estados Unidos por exemplo. 

Viagem nacional

Final de fevereiro, o Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso no Brasil. Desde então os casos vêm aumentando, mas ainda não há medidas restritivas de viagem em território nacional. Entretanto, é importante se manter atualizado com as notícias oficiais do  Ministério da Saúde.

Preparamos uma lista com pontos que devem ser considerados antes de tomar sua decisão:

1) Seu destino é uma das áreas de foco do Coronavírus?

Itália, China, Irã e Coreia do Sul são os lugares com mais casos da doença – pelo menos até agora. Nesses países, a entrada e saída de pessoas está sendo bem criteriosa por causa da ordem de quarentena. Então, nesses destinos as companhias aérea e boa parte dos hotéis e casas do Airbnb estão aceitando que seja feito o cancelamento sem custos adicionais.

2) Como está o funcionamento dos pontos turísticos?

Muitos destinos pararam suas atividades por precaução e medo da evolução do vírus. Então, por exemplo, os parques da Disney em Orlando estão fechados mesmo sem a cidade ser o foco da doença. O mesmo acontece com a Torre Eiffel em Paris, Broadway em Nova York, Rijksmuseum em Amsterdam e muitos pontos turísticos que fecharam para evitar aglomeração de pessoas e um possível contágio.

Para muitos desses lugares não há restrições de entrada de brasileiros e os voos continuam sendo operados. Entretanto, fica a pergunta: vale a pena ir a Orlando e não conhecer o Mickey? Nesses casos, é melhor cancelar e voltar em outra época.

3) Quando é sua viagem?

O cenário do mundo com o coronavírus está em constante mudança. Há um mês atrás quem imaginaria que estaríamos enfrentando uma pandemia e um colapso financeiro à nível mundial? O que pretendo dizer com isso é que daqui uma semana a proliferação pode ser contida ou aumentar. Portanto, é importante se manter informado e tomar decisões mais próximo da data da viagem. 

Viagens internacionais até abril devem ser reavaliadas, pois, mesmo que a situação melhore, o mundo ainda estará sentindo o impacto do colapso. E, no pior dos cenários, imagine se a proliferação do vírus avança e o país que você viajou resolve fechar as fronteiras. Ninguém entra e ninguém sai. Você será impedido de voltar para o Brasil, como aconteceu com vários brasileiros na China.

Porém, se sua viagem está marcada de maio em diante, espere um pouco mais antes de tomar a decisão. Se a situação se agravar, as regras de remarcação das cias aéreas e agências de turismo vão ser reajustadas. Nesse momento, não vale a pena alterar a viagem e pagar uma multa na tentativa de prever como estará o mundo daqui a um mês e meio. Não haja no impulso. Seja paciente!

4) Qual é a sua idade?

O mortalidade do vírus é maior em idosos e pessoas com doenças crônicas, como por exemplo diabéticos e cardíacos. Portanto, vale considerar se você ou seus acompanhantes fazem parte do grupo de risco.


Passagem aérea

Pensando a nível mundial, o número de voos diminuíram drasticamente, mas ainda há poucas proibições. Em casos como os voos para China e Europa-EUA, que foram obrigatoriamente cancelados, as cias aéreas estão sendo obrigadas a oferecer reembolso ou remarcação das passagens.

A maior parte das companhias está permitindo cancelar ou adiar os voos sem custos adicionais para os destinos mais afetados pelo vírus. Mas para as áreas com pouca incidência da doença, a decisão ainda está bem dividida: algumas empresas estão sendo flexíveis e outras cobrando multa. Caso o consumidor sinta-se lesado pela decisão da companhia, pode entrar em contato com o Procon. 

O Ministério Público Federal (MPF) recomendou à Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) que elabore uma norma que permita os consumidores a cancelar gratuitamente as passagens aéreas nacionais e internacionais para destinos atingidos pelo coronavírus. Mas até agora ainda não tem uma regra específica para essa situação.

Clique aqui para ver o posicionamento de cada companhia aérea quanto à política de cancelamento e alteração da passagem. Você também pode entrar em contato com as empresas por telefone, e-mail ou chat online.

Hotéis 

Em geral, os hotéis e quartos contratados a partir do Airbnb estão alterando a data ou devolvendo integralmente o dinheiro em reservas feitas para a China, Itália e Coreia do Sul.

Para outros destinos é necessário ver qual tipo de reserva você fez: sem direito de cancelamento (necessário pagar multa) ou cancelamento gratuito? Em caso de dúvidas, entre em contato com a empresa que fez a reserva e veja o que pode ser feito diante dessa calamidade. Vale tentar negociar a multa ou sugerir que o valor das diárias seja devolvido em forma de créditos para um próxima viagem. 

Viagem de ônibus

A regra geral, independentemente do vírus, é que o adiamento pode ser feitos sem nenhuma cobrança. Já em casos de cancelamento a companhia pode descontar até 5% do valor da passagem.

Cruzeiro

As empresas de cruzeiro tomaram diferentes medidas: algumas cancelaram as viagens e outras alteraram a rota para evitar países que estão com muitos casos da doença e também fizeram triagem dos passageiros (excluindo quem esteve na Itália nos últimos 15 dias por exemplo). Boa parte das companhias flexibilizaram a remarcação ou ofereceram a opção de cancelar e pegar o dinheiro de volta. 

Seguro viagem 

O contrato padrão tem uma cláusula geral que permite o seguro viagem a não oferecer assistência a clientes com doenças consideradas pandemias. Então, o que pode acontecer é a empresa cobrir o primeiro atendimento emergencial e dar diagnóstico de COVID-19. Depois disso, é necessário pagar o atendimento particular ou esperar no serviço público (se o seu destino tiver serviço público de saúde).

Porém, algumas empresas como Assist Card, Travel Ace, Allianz e Ciclic anunciaram que cobrirão até casos de coronavírus. Clique aqui para cotar seu seguro viagem. Caso necessite viajar agora, dê preferência para alguma dessas empresas. 

Vai viajar mesmo assim?

Passe um lencinho desinfetante antes de tocar em superfícies de uso comum, use máscara, lave bem as mãos com água e sabão, utilize álcool gel e evite encostar as mãos nos olhos e na boca sem ter lavado bem as mãos antes.